Era uma vez um rei que tinha medo da água e nunca tomava banho, já nem o perfume escondia o mau cheiro, a rainha tinha morrido intoxicada, os empregados mantinham-se à distância e só a sua filha se aproximava dele com uma mola no nariz, dizendo-lhe que era moda para não o ofender. Certo dia ao penteá-lo a filha encontrou um piolho e queria matá-lo, mas o rei não deixou, justificando-se que lhe fazia companhia e passava a ser o seu bichinho de estimação. A filha deixou ficar o bicho que com o tempo foi crescendo, que até parecia um chapéu, e até a coroa deixou de lhe servir. A princesa também cresceu bonita, asseada e inteligente. A dada altura o piolho adoeceu, tossia, tinha febre e espirrava. O rei mandou vir de longe os melhores veterinários para o tratarem, mas eles estavam habituados a matar e não a curar piolhos. Apesar de todos os tratamentos o piolho acabou por morrer. A princesa queria enterrá-lo no jardim, mas o rei não aceitou, dizendo que o queria junto dele e mandou em segredo fazer um tambor com a pele do piolho. Como o rei estava velho e a enfraquecer, resolveu casar a filha para não a deixar desamparada. Mas a filha disse que só se casaria com quem ela gostasse e então sugeriu ao rei que casaria com quem adivinhasse de que era feito o tambor. O rei concordou. Apareceram muitos pretendentes, mas a princesa já tinha feito a sua escolha, era um jovem capitão da marinha. Ela proximou-se do capitão e murmorou-lhe que o tambor era feito da pele do piolho. Mas, um criado ao passar escutou e foi logo contar ao rei que tinha descoberto de que era feito o tambor. A princesa ficou muito triste e o rei que só tinha uma palavra mandou o velho escolher a data do casamento. A princesa é que não estava pelos ajustes e resolveu enfrentar o noivo diante de toda a gente. O velhote que não estava à espera desta declaração resolveu desistir do casamento. A princesa casou com o capitão e mandou construir um palácio com vinte casas de banho e uma grande piscina. À entrada mandaram colocar um letreiro que avisa proibido a entrada de piolhos.
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